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POEMAS

Eu quero tudo

 

Eu quero tudo que ajudar

A arte de viver e criar

Imagens raras e únicas

Tão difíceis de concretizar.

 

Eu quero tudo o que ensinar

A desenhar e colorir

A vida que parecia vivida

Tantas emoções por descobrir.

 

Eu quero tudo o que explicar

A música que se ouve ao longe

Como é difícil de escrever

Este dueto, que não sei tocar!

Eu quero tudo para partilhar

Experiências vividas,

sonhos sonhados

Perceber quem fomos ou queremos ser

Descobrir onde podemos chegar.

Rio

Rio para esquecer que estou triste,

Rio porque quero rir e não quero chorar,

Rio porque acho graça ao riso e porque o riso faz rir;

Mas também rio porque, às vezes,

Estou feliz como um rio a transbordar.

 

O riso atrai alegria e a vontade de viver

Cada dia que passa, como do último se tratasse,

Sem pressa de chegar aonde não queremos ir,

Sem pressa de encontrar o que não poderemos ver

Se não ignorarmos a pressa e pararmos para sorrir.

 

Rir não é remédio para todas as tristezas.

Não seca as lágrimas das faces dos que já não sabem rir

Para a vida, que os tratou com tal dureza;

Mas um sorriso acalma a dor e acaricia, com leveza,

Aquelas faces húmidas, devolvendo-lhes o sorriso

E a beleza.

Sei de Cor

 

Sei de cor a tua face

De tanto olhar esse olhar

Que sorri sem suspeitar

Do meu desejo em mergulhar

Na alma que se adivinha

Forte como as palavras

Terna como melodias que

Despertam anseios antigos

Reprimidos por pudor.

 

Sei de cor todas as linhas

Que desenham o teu rosto

E contam a tua história

Marcas de riso e de lágrimas

Deixadas pelas correntes

Que se juntam ou se afastam

Num oceano sem fim

De sonhos entrelaçados

Reprimidos por pudor.

 

Sei de cor esses teus gestos

Que hesitam em tocar

Seja de que forma for

No corpo que se adivinha

Na intensidade do olhar

Tão brilhante de desejo

Ternuras não consumadas

Mistérios não desvendados

Ignorados por pudor.

 

Sei de cor todos os sonhos

Que surgem em meu redor

Num turbilhão de emoções

Que escapam ao controlo

De vontades fragilizadas

Que procuram o caminho

Que as leve à praia amada

Deitados na areia quente

Saciados de amor.

Sentir

 

Sentir-me só sem viver só

Perdida em pensamentos

Ignorando a realidade

Onde recuso participar

Contra a qual lutei em vão

Com ingenuidade que fui perdendo

Enquanto ia amadurecendo

O desencanto ia crescendo

Como um cancro silencioso

Que vai matando a esperança

Endurecendo o sorriso

Até nos apercebermos

Que podemos fazer um esforço

Para apreciar a beleza

Sentir todas as bênçãos

Que estamos a receber

Para então nos darmos conta

Somos bastante mais felizes

Do que talvez julguemos ser

Telepatia

 

Por estranha telepatia

Um olhar se prende ao outro

Sem saber o que fazemos

Tentamos desvendar o mistério

E entrar nesse castelo

Onde só entra quem queremos

 

Por estranha telepatia

A gravidade desaparece

E a magia acontece

Começamos a flutuar

O instante permanece

E nele podemos voar

 

Por estranha telepatia

Permanecemos tão distantes

Basta um gesto que não faço

Basta uma palavra que não digo

Medo de quebrar a magia

Medo de perder o instante

Fim de Verão

 

O Verão a terminar

As saudades a chegar

Com desejo de pintar

Esta luz que faz sonhar

 

Paleta de cores brilhantes

Misturam-se ao sabor dos dias

Pintando para todo o sempre

As nossas dores e alegrias

 

Abraço do sol ainda quente

Acaricia suave e ternamente

A alma que se quer renovar

Na música das ondas do mar

 

Num movimento constante

Impossível reter o instante

Numa onda parece encantar

E na seguinte faz chorar

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